Certa vez Siddhatta Gotama, o Buda, em um de seus discursos, ou Suttas, deu como comparação a imagem de uma tartaruga adormecida no fundo do oceano e que somente a cada 500 anos viesse à tona para respirar e que se sobre o oceano flutuasse livremente uma bóia, apontou as chances de essa tartaruga, ao subir para respirar a cada 500 anos encontrar a bóia e sua cabeça passar por ela ao procurar ar para respirar. Mais difícil do que isso, disse o Buda, é nascer humano. Apesar de hoje a vida humana estar tão desvalorizada a ponto de mendigos dependentes de álcool, tabaco e drogas procriarem sob viadutos das megalópoles modernas em todo o mundo, ao lado de ratos e baratas, ainda assim a vida humana é muito rara como podemos perceber quando paramos para avaliar a imensa variedade de outros seres viventes sob outras formas. Veja quantas formigas, cupins, pernilongos, pulgas, percevejos, ratos, porcos, galinhas, peixes, corais, quantos animais existem, sejam eles mamíferos, insetos, aves, peixes etc. Certamente as possibilidades de um novo ser nascer sob a forma humana são menores do que a tartaruga subir para respirar quando passa a bóia no oceano sobre sua cabeça. Ou seja, a cada ser humano que nasce, há uma infindável quantidade de outros seres nascendo e com esta imagem Buda procurou mostrar o valor, a raridade da vida humana.
Portanto, é de muito valor este corpo que respira, vê, ouve, cheira, tateia, processa informações, toma decisões, age, vive. Este corpo humano é capaz de coisas que nenhum outro animal o é. Por exemplo, o tigre a cada sete tentativas de caça, obtém sucesso em somente uma. Já o ser humano, a cada tentativa, uma morte. Podemos, como disse um antigo chinês, ser os jardineiros deste mundo. No entanto, o que temos sido, o que temos feito com o imenso potencial que temos, que somos?
Para sobrevivermos, aprendemos a ser menos do que o podemos e para isso entupimos a máquina, travamos nosso corpo, impedimo-nos de ver, de ouvir, de farejar, de tatear, de colher dados, de processar informações, ou seja, impedimo-nos de pensar e consequentemente de falar, agir e desempenhar funções adequadamente. Para tanto, para impedirmo-nos de sermos o que somos, damo-nos a vícios. Dentre todos, o mais pernicioso é o de ignorar que podemos ser felizes. Ignoramos solemente a jóia que é o corpo humano comparativamente aos outros seres e o deixamos à mercê do tabagismo, do alcoolismo. Tornamo-nos dependentes de álcool, fumo e drogas, tornamo-nos comedores compulsivos, engordamos, tornamo-nos diabéticos, hipertensos e doentes de inúmeras outras patologias (doenças).
No entanto, podemos ser felizes. Podemos passar a valorizar o corpo humano e todo seu potencial de ação física e mental. Podemos vislumbrar como podemos ser felizes. Portanto, pensando específicamente nas pessoas que querem ser mais felizes e que para tal já perceberam que é importante libertarem-se, entre outras coisas, do fumo, aqui propomos um método anti-tabagista que poderá ser adaptado aos que querem também ter como superados outros vícios. Ei-lo:
Ao sentir vontade de fumar, o candidato à Felicidade irá olhar em direção a seus pés e respirar profundamente e de forma a mais gostosa possível no mínimo 20 vezes. Sentindo ainda necessidade de fumar, irá tomar vagarosamente ao menos um copo ou dois de água. A seguir, uma pequena caminhada. Não tendo ainda superado sua angústia, irá cortar uma palha de milho seca, irá picar fumo de corda e só então irá fumar.
Faça isso e nos relate aqui publicamente sua experiência de forma que possa ser útil a outras pessoas. Dê sua opinião sobre esta nossa tentativa de ajudar pessoas a terem mais saúde, a atingirem todo o potencial que temos em nossos corpos e mentes.
Você pode também participar de nossas meditações Vipassana, aos domingos, às 16:00h. É recomendável chegar uma meia hora antes e podem ser feitas oferendas ao Buda tais como flores, velas, incenso e outras que se perceberem cabíveis.
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