Rildo Silveira Carvalho
Natural de Cruzília, MG, professor da Rede Municipal de Ensino de Caxambu, MG e Personal Trainner. Formado em Educação Física pela Unincor de Caxambu e Pós-Graduado em Fisiologia e Nutrição Esportiva pela Unincor de Três Corações.
Vegetariano há 18 anos e palestrante sobre o tema.
e:mail: rildosilveira@yahoo.com.br
Abate humanitário pode ser definido como o conjunto de procedimentos técnicos e científicos que garantem o bem-estar dos animais destinados ao consumo, desde o embarque na propriedade rural até a operação de sangria no matadouro-frigorífico.
Conceito esse, definido e estampado exclusivamente sob a ótica do lucro.
Tal processo envolve cuidados específicos no embarque, transporte, desembarque no abatedouro, acondicionamento nos galpões de espera, descanso e dieta hídrica, banho de aspersão, condução até a linha de abate, o atordoamento ou insensibilização e finalmente a sangria dos animais.
No transporte, o stress pode provocar contusões e morte.
As contusões afetam a qualidade da carcaça e a privação de alimento e água conduzem à perda de peso do animal.
O stress físico ocasiona a depleção do glicogênio muscular, resultando numa carne dura e escura.
Todos esses fatores afetam o bem estar do animal, mas é um pretexto para encobrir o mal estar daqueles que tiram vantagem do abate de animais: a perda econômica.
O descanso ou dieta hídrica é o tempo necessário para que os animais se recuperem totalmente das perturbações surgidas pelo deslocamento desde o local de origem até ao estabelecimento de abate.
Torna-se interessante o animal readquirir sua normalidade fisiológica, reduzir o conteúdo gástrico para facilitar a evisceração da carcaça e restabelecer as reservas de glicogênio muscular. Estando eles descansados, fornecem uma carne melhor, mais lucrativa, deixando aqueles que tiram vantagens do abate, mais calmos também.
O banho de aspersão foi adotado em substituição ao banho de imersão, evitando deslizamento ou quedas, não danificando a carcaça. As contusões devem ser mínimas, não por causa do animal, mas por melhorar a qualidade final do produto e gerando melhor economia.
A condução até a linha de abate deve ser executada de maneira menos estressante possível. As linhas de condução possuem a forma circular, facilitando sua locomoção uma vez que estes não conseguirão enxergar o que os está esperando à sua frente, avançando com mais facilidade.
São evitados o uso de porretes e objetos pontiagudos, que poderão danificar a carne, o couro e o lucro.
O atordoamento ou insensibilização, conforme o animal é feito por pistola pneumática de penetração, corte da medula ou choupeamento, eletronarcose, processos químicos e algumas vezes, marreta. Instrumentos esses, classificados como "humanitários"...
Finalmente a sangria, realizada pela abertura sagital da barbela com uma ou duas facas. Devido ao pH alto e ao grande teor protéico, o sangue tem uma rápida putrefação. Logo, a capacidade de conservação da carne mal sangrada é muito limitada. Além disso, constitui um problema de aspecto para o consumidor. Portanto, a eficiência da sangria é considerada uma exigência importante das operações de abate para obtenção de um produto de alta qualidade, com preços superiores.
O termo “abate humanitário” é uma bravata verbal criada por aqueles que lucram com essa prática.
É um discurso que expressa a preocupação com o bem-estar do animal, mas que na verdade esconde um sistema cujo único propósito é a economia, através de menores prejuízos.
A preocupação não é com o bem estar do animal, e sim com o maior retorno financeiro que deverá surgir em decorrência das menores perdas durante as operações de abate dos animais e a melhora na qualidade final do produto.
Como os eventos que se sucedem desde a propriedade rural até o abate do animal tinham grande influência na qualidade da carne e no seu preço final, implantaram uma operação tecnológica de alto nível científico, uma cientificidade para matar.
O termo "abate", significa o ato ou efeito de abater animais para o consumo.
O termo "humanitário" significa bondoso, benfeitor, aquele que é humano, que ama.
Abater e amar. Dois termos antagônicos para tentar justificar a industrialização da morte.
Ao tentar minimizar a transgressão pelo assassinato de milhões de animais, estamos desensibilizando as pessoas no tocante ao valor da vida, como se ao reduzir o sofrimento, nos isentamos de culpa.
Poderíamos então, dessa forma, criar a “pena de morte humanitária”.
Será ainda humanitarismo os animais nos matadouros cheirar, ouvir e, muitas vezes, ver o abate dos outros animais que estão à frente deles?
Estabeleceram o termo "carne ética" evitando proferirem "morte ética". E sendo o abate humanitário e a morte ética, porque não estampar as fotos internas dos matadouros nas embalagens? E alguém teria coragem de assistir ao abate industrial em série, ainda que dito "humanitário"?
Pressupõe-se, dessa forma, que os animais sejam “produtos” eticamente aceitáveis.
Criar animais para alimento, independente do rótulo, continua sendo uma atividade prejudicial ao meio-ambiente e um desperdício de alimentos que poderiam ser usados diretamente pelos seres humanos, a um preço muito menor que sua carne.
A criação de animais cuja única finalidade é a matança, ultraja as pessoas em sua dignidade, sendo cruel e extraindo todo o humanismo daqueles envolvidos, tanto no processo de produção quanto no de consumo.
Temos um caminho inteligente a seguir, o de racionalizar e nos tornarmos vegetarianos.
Ou banalizar e chamar a morte de “limpa”, mesmo sabendo do sofrimento de um animal para ser nossa vítima, as condições as quais nasceu, foi criado e abatido.
Ao desconsiderarmos tudo isso, estamos sendo indignos em nossa condição de humanos.
Morte “limpa” é uma fantasmagoria pregada por aqueles interessados em continuar essas práticas hediondas e lucrativas.
Os animais têm consciência da vida e por conseqüência, da morte também.
E os que afirmam o contrário, provavelmente não terão ambos.
O sistema capitalista atropela boa parte das pessoas e procura impor-nos um modo de vida padronizado, baseando e direcionado-nos ao consumismo. Desse modo, propuseram esse antagonismo esdrúxulo, o “abate humanitário de animais”, esperando que não reflitamos e, consequentemente, os empresários ávidos pelo lucro dessas práticas, não sejam questionados.
Esse mesmo capitalismo avassalador fomenta igualmente os meios de comunicação hoje em dia que pouca ou nenhuma crítica fazem aos assuntos relacionados à matança de animais. Comportam-se alheios e estáticos ao sofrimento deles, aos danos causados pelo consumo de carne, como doenças, escassez de água, poluição e a derrubada de nossas últimas florestas para a formação de pastagens e produção de grãos exclusivamente para alimentação animal.
Ao lobby dessa carnificina, interessa apenas que a população se torne mais alienada, de forma a não cobrarem as conseqüências dos animais serem continuamente explorados e tratados como máquinas, sem direito à defesa e dando cada vez mais, lucro a eles. Se essas verdades vierem a público, serão eles, e não a humanidade, que passarão fome.
Podemos, como fantoches, nos refugiar no comodismo da ignorância. Ou podemos, como verdadeiros seres humanos, refletir, exprimindo nossa vontade própria. Temos de impor nossa coragem dizendo a essas pessoas, que abate humanitário é o mesmo antagonismo que subir pra baixo. Ou descer pra cima, se eles assim preferirem.
Desejo um dia, que possamos integrar uma civilização menos mesquinha e mais altruísta. E se tivermos que ter nossas consciências manipuladas, que seja para difundir esses ideais de liberdade para todas as criaturas do mundo.
Um abraço, realmente humanitário, a todos.
Publique aqui sua ação, seu desejo por um mundo melhor para todos os seres - Sempre podemos mais do que nos foi dito podermos -
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sábado, 19 de setembro de 2009
Abate Humanitário de Animais
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Magnésio e Chocolate
A Folha On Line publicou em http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2009/08/13/ult4729u5077.jhtm uma matéria sobre estudos médicos que apontam o chocolate como agente benéfico que diminui riscos para a vida daqueles que sofreram ataques cardíacos. Clique no título desta matéria que se abre a página da Folha citada.
No capítulo 34, pág 516 do livro Compêndio de UTI, de Paul Marino, publicado pela Artmed, 3ª Edição, o autor afirma que o magnésio é o elemento químico mais abundante no corpo humano após o potássio e que seu controle é geralmente negligenciado nas UTIs e que também é comum encontrarmos níveis aparentemente normais deste elemento nos exames de sangue em pacientes cujo total de magnésio no organismo está abaixo do desejável. Ou seja, seu médico solicita a dosagem do magnésio no seu sangue e o resultado vem dentro da normalidade. Se seu médico desconfiar ou quiser uma avaliação mais acurada, são necessários outros exames, agora de urina, conforme muito bem explicado no livro mencionado.
Tenho visto um número apreciável de pessoas que apresentam resultados laboratoriais de magnésio dentro da faixa de normalidade, porém em níveis próximos ao mínimo aceitável. Ao questioná-las, respondem que comem poucas verduras.
Já notei também que as pessoas “viciadas” em chocolate comem poucas verduras.
O que tem a ver uma coisa com a outra? Ora, o chocolate é feito com cacau, entre outros produtos e este é muito rico justamente em magnésio. Se seu organismo está necessitando de magnésio e você come chocolate, seu cérebro o reconhece e você passa a gostar de chocolate e achocolatados.
Paul Marino observa no texto acima citado que “...o magnésio...serve como co-fator para mais de 300 reações enzimáticas...também regula o movimento do cálcio para dentro das células do músculo liso, dando-lhe um papel fundamental na manutenção da força contrátil cardíaca e do tônus vascular periférico...e continua pouco mais adiante: um pouco mais da metade está localizado no osso...”
A clorofila é a substância que dá a cor verde aos vegetais e tem duas particularidades muito interessantes: 1- a fórmula estrutural da clorofila contém um átomo de magnésio e é muito parecida à da hemoglobina e 2- a principal diferença da clorofila para a hemoglobina é que a primeira contém um átomo de magnésio que na hemoglobina é substituído por um átomo de ferro, o que dá a cor vermelha ao sangue.
Nos rins, o magnésio apresenta outro comportamento importante: evita a perda de cálcio!
Portantos, recomendo que se consumam mais folhas e estas, quanto mais escuras, mais ricas em magnésio, tais como a couve, o agrião, o brócolis, as folhas da couve flor, as folhas externas (mais verdes) do repolho, as folhas da beterraba, as folhas de almeirão, da chicória e da catalona, esta última, muito comum em São Paulo e em regiões de cultura italiana.
Assim, vemos que, além de excelente fonte de fibras, as verduras verde escuras protegem o coração, evitam a perda de cálcio, ajudam a fixar o cálcio no esqueleto, fortalecem os dentes, são melhores do que o chocolate para os pacientes obesos que precisam perder peso. No entanto, o cacau é altamente recomendável e vejo nele propriedades anti-inflamatórias com atuação nos túbulos renais, no tratamento preventivo e curativo da asma e nas coronárias. A seguir, uma receita culinária culinária que desenvolvi e que peço que testem e publiquem aqui neste blog suas conclusões, comentários e crítias. Publiquem o que observaram para que todos possam se beneficiar de suas observações positivas e/ou negativas:
“Bebida Achocolatada”
Descasque um inhame, pique-o e bata-o no liquidificador com água, canela e uma banana madura. Adicione sal moderadamente e leve ao fogo brando. Ao mudar de cor, após ferver, volte com o líquido ao liquidificador e adicione maçã picada com a casca, um pedaço de casca de laranja. Se necessário, adicione açúcar mascavo ao bater e canela em pó a gosto. Sirva quente ou gelado. Querendo fazer sorvete, quando ainda no fogo, adicione gelatina de agar-agar, congele e bata no liquidificador repetidas vezes até chegar ao ponto de sorvete.
Lembre-se de deixar seus comentários aqui.
No capítulo 34, pág 516 do livro Compêndio de UTI, de Paul Marino, publicado pela Artmed, 3ª Edição, o autor afirma que o magnésio é o elemento químico mais abundante no corpo humano após o potássio e que seu controle é geralmente negligenciado nas UTIs e que também é comum encontrarmos níveis aparentemente normais deste elemento nos exames de sangue em pacientes cujo total de magnésio no organismo está abaixo do desejável. Ou seja, seu médico solicita a dosagem do magnésio no seu sangue e o resultado vem dentro da normalidade. Se seu médico desconfiar ou quiser uma avaliação mais acurada, são necessários outros exames, agora de urina, conforme muito bem explicado no livro mencionado.
Tenho visto um número apreciável de pessoas que apresentam resultados laboratoriais de magnésio dentro da faixa de normalidade, porém em níveis próximos ao mínimo aceitável. Ao questioná-las, respondem que comem poucas verduras.
Já notei também que as pessoas “viciadas” em chocolate comem poucas verduras.
O que tem a ver uma coisa com a outra? Ora, o chocolate é feito com cacau, entre outros produtos e este é muito rico justamente em magnésio. Se seu organismo está necessitando de magnésio e você come chocolate, seu cérebro o reconhece e você passa a gostar de chocolate e achocolatados.
Paul Marino observa no texto acima citado que “...o magnésio...serve como co-fator para mais de 300 reações enzimáticas...também regula o movimento do cálcio para dentro das células do músculo liso, dando-lhe um papel fundamental na manutenção da força contrátil cardíaca e do tônus vascular periférico...e continua pouco mais adiante: um pouco mais da metade está localizado no osso...”
A clorofila é a substância que dá a cor verde aos vegetais e tem duas particularidades muito interessantes: 1- a fórmula estrutural da clorofila contém um átomo de magnésio e é muito parecida à da hemoglobina e 2- a principal diferença da clorofila para a hemoglobina é que a primeira contém um átomo de magnésio que na hemoglobina é substituído por um átomo de ferro, o que dá a cor vermelha ao sangue.
Nos rins, o magnésio apresenta outro comportamento importante: evita a perda de cálcio!
Portantos, recomendo que se consumam mais folhas e estas, quanto mais escuras, mais ricas em magnésio, tais como a couve, o agrião, o brócolis, as folhas da couve flor, as folhas externas (mais verdes) do repolho, as folhas da beterraba, as folhas de almeirão, da chicória e da catalona, esta última, muito comum em São Paulo e em regiões de cultura italiana.
Assim, vemos que, além de excelente fonte de fibras, as verduras verde escuras protegem o coração, evitam a perda de cálcio, ajudam a fixar o cálcio no esqueleto, fortalecem os dentes, são melhores do que o chocolate para os pacientes obesos que precisam perder peso. No entanto, o cacau é altamente recomendável e vejo nele propriedades anti-inflamatórias com atuação nos túbulos renais, no tratamento preventivo e curativo da asma e nas coronárias. A seguir, uma receita culinária culinária que desenvolvi e que peço que testem e publiquem aqui neste blog suas conclusões, comentários e crítias. Publiquem o que observaram para que todos possam se beneficiar de suas observações positivas e/ou negativas:
“Bebida Achocolatada”
Descasque um inhame, pique-o e bata-o no liquidificador com água, canela e uma banana madura. Adicione sal moderadamente e leve ao fogo brando. Ao mudar de cor, após ferver, volte com o líquido ao liquidificador e adicione maçã picada com a casca, um pedaço de casca de laranja. Se necessário, adicione açúcar mascavo ao bater e canela em pó a gosto. Sirva quente ou gelado. Querendo fazer sorvete, quando ainda no fogo, adicione gelatina de agar-agar, congele e bata no liquidificador repetidas vezes até chegar ao ponto de sorvete.
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