sábado, 29 de agosto de 2009

- PARE: SUAS RAÍZES ESTÃO SEM CHÃO!



Lucette Morais CRF/RS 3628

A semente chega ao seu destino e é colocada no solo que vai lhe dar guarida. Desenvolve as primeiras estruturas da plantinha, de forma frágil, vai se compondo como um novo ser que merece cuidados. Às vezes, o lugar onde germina, é agressivo e se não houver cuidados se perde. As etapas da evolução da planta vão sucedendo-se e logo estará uma planta mais forte e mais capaz de sobreviver. Quando atinge seu potencial de florescer e frutificar, parte da missão já está vencida; mas ainda há a última etapa e mais importante para a planta.

A mensagem para o planeta embutida na expressão da árvore: que se mostra como marcador do tempo, para que os outros seres possam absorver o ensinamento maior, através de processos de fotossíntese com a limpeza do excremento dos animais, através da produção de oxigênio. Mas a vida que se expressa de várias formas e sobre diversas leis, passa a ser empacotada na forma de novas sementes que amanhã serão promessas de evolução da espécie e da vida no planeta. A alta tecnologia da cibernética celular, seja ela vegetal ou animal ainda causa estranheza na pequenez do entendimento humano.

Nesta última etapa da participação da planta, ainda há o “the end” que passa despercebido para os seres tão envolvidos com a própria evolução: os restos mortais da planta irão fazer parte da estrutura corpórea da Terra, através de petrificação ou decomposições físico-químicas na forma de repositórios de carvão, diamantes, cristais, pedras ou petróleo.

Estes depósitos de matéria orgânica que representam fonte de cobiça, são na verdade a biblioteca da evolução e da história do nosso planeta. O ser humano como ser gerenciador - pois assim se auto-denomina e domina como proprietário - vilipendia e destrói sem sequer questionar o porquê e qual a função de todas estas contribuições na manutenção da vida e do equilíbrio do todo.

Como será que o Criador deste belo mundo se sente frente à sua própria criação? Como será que este Criador se sente frente à forma como a criatura humana trata os presentes que recebe para demonstrar a essência divina que detém em seu âmago? Como estará o sentimento deste Pai quanto à extravagância do seu filho querido? Qual o direito que temos para definir o caminho de tantas espécies? Qual o poder que nos foi concedido para que, de forma irresponsável e sem amor, possamos estragar tanta beleza que não saberíamos construir sozinhos?

As raízes da humanidade se entrelaçam nas raízes das plantas que foram os primeiros seres a despontar por aqui, e os primeiros a suportar as intempéries das primeiras eras... Qual é a gratidão que temos demonstrado a nossos ancestrais, a nossos parceiros de viagem no tempo? Qual o respeito que temos demonstrado pela bela obra de arte que aqui encontramos? Quais os direitos e os deveres que temos para nos mantermos aqui afinal, este é um jogo que segue regras universais?

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