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terça-feira, 26 de outubro de 2010

BUNGE - RESPONSÁVEL PELA DESTRUIÇÃO DO CERRADO DO PIAUÍ


26/10/2010 - 10h10
Ambientalista denuncia na Rádio Senado destruição do cerrado no Piauí

Por Laércio Franzon, da Agência Senado

O programa Sintonia Ambiental, da Rádio Senado, apresenta, neste final de semana, entrevista com o ambientalista Judson Barros, presidente da Fundação Águas do Piauí. Judson acusa o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o governo do Piauí e a Advocacia Geral da União de não tomarem providências contra o desmatamento do cerrado do Sul do Piauí, induzido pela queima de lenha originária de vegetação nativa pela empresa Bunge.

Segundo Judson, mesmo diante de decisão da Justiça Federal determinando a suspensão da queima de madeira do cerrado pela Bunge, o Ibama, o governo do estado e a Advocacia Geral da União não deixaram de apoiar a multinacional no caso.

O Sintonia Ambiental mostra ainda o trabalho de recuperação de uma área degradada, realizado por um pequeno sitiante do Distrito Federal, Eugênio Giovenardi.

O programa vai ao ar no domingo, na Rádio Senado Ondas Curtas (5.990 Khz, faixa de 49 metros), às 6h30.

A Rádio Senado pode ser sintonizada nos prefixos: FM 91,7 MHz (Brasília); FM 106,9 (Natal); FM 102,5 (Cuiabá); FM 103,3 (Fortaleza); e Ondas Curtas (OC) 5.990 kHz faixa de 49m. As atrações da rádio também podem ser acessadas na internet.


(Envolverde/Agência Senado)


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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

MUDANÇAS DE HÁBITOS PARA DEFENDER A BIODIVERSIDADE

Reportagens CarbonoBrasil

Novas estratégias para a defesa da biodiversidade

07/10/2010 - Autor: Fabiano Ávila - Fonte: Instituto CarbonoBrasil/PBL

Estudo descreve como o atual modelo de proteção ambiental de priorizar a criação de reservas não irá resistir ao aumento da população e sugere que ações globais devem ser adotadas mesmo que alterem o modo de vida das pessoas


O crescimento da população e do consumo irá criar uma pressão tão grande sobre os ecossistemas que as atuais políticas de proteção do meio ambiente através de reservas de conservação serão ineficientes para reduzir as perdas da biodiversidade.

Esta é a principal conclusão do estudo "Rethinking Global Biodiversity Strategies", produzido pela Agência de Análise Ambiental dos Países Baixos (Netherlands Environmental Assessment Agency - PBL) para ser apresentado durante a próxima Conferência das Partes (COP 10) da Convenção sobre Diversidade Biológica, que será realizada em Nagoya, no Japão, entre 18 e 29 de outubro.

Segundo a PBL a única maneira de frear de forma consistente a perda da biodiversidade é fazendo uma mudança estrutural no nosso modelo de produção e consumo, mesmo que para isso sejam necessárias leis severas limitando a pesca, a expansão da pecuária e determinando a alteração do uso da terra.

O estudo alerta que já teriam sido tentadas leis pontuais em alguns setores, mas que é necessário o trabalho conjunto dos governos para que normas internacionais possam ser adotadas nos mais diversos modelos de negócios. Com isso seria possível reduzir pela metade a perda da biodiversidade projetada para 2050.

Medidas

Boa parte das propostas da PBL passa pela modernização dos métodos de produção de alimentos, com os países mais ricos ajudando os mais pobres com financiamentos e transferência de tecnologia.

Para a agência existe um grande potencial em tornar mais eficientes as lavouras ao redor do mundo, o que evitaria a destruição de milhões de hectares de matas nativas para a expansão dessa atividade. O mesmo pode ser aplicado para a pesca.

Já para a pecuária, além da modernização, o estudo aconselha campanhas para reduzir o consumo de carne. Será um desastre ambiental se o crescimento populacional for acompanhado pelas atuais taxas de consumo e a única maneira de evitar isso seria começar desde já a mobilização pela mudança dos hábitos alimentares, afirma a PBL.

Existe também grande espaço para aprimoramentos na indústria madeireira, com a aplicação de melhores técnicas de plantio e aproveitamento. A consolidação de selos e certificados de procedência será apresentada na COP 10 como uma das melhores alternativas para o setor.

Finalmente, a PBL recomenda uma maior integração com as políticas climáticas e suas potenciais ferramentas. Unir a proteção da biodiversidade com o combate ao aquecimento global será fundamental para a sociedade superar os dois desafios.

O estudo possui 172 páginas com tabelas e gráficos detalhando cada uma das possibilidades e explicando as conseqüências que sofreremos se não fizermos nada para evitar a perda das espécies.

É a biodiversidade que nos garante solos férteis, água limpa e ar de qualidade. Esses serviços são hoje nos fornecidos gratuitamente, mas se continuarmos ignorando os danos que provocamos ao meio ambiente os prejuízos econômicos e sociais serão grandes demais para sequer serem calculados.



sábado, 18 de setembro de 2010

REVISTA SCIENCE CRITICA MUDANÇA DO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO



Revista Science publica crítica à mudança do Código Florestal brasileiro

Postado em 17/09/2010 ás 09h00 ciclovivo.com.br
A atual edição da revista estadunidense Science – reconhecida internacionalmente no meio científico – traz carta que alerta sobre os perigos da nova proposta do Código Florestal, em votação no Congresso Nacional.
Intitulado de “Perda da biodiversidade sem volta”, o texto tem autoria de Fernanda Michalski, professora do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical da Universidade Federal do Amapá (Unifap); Darren Norris, do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp); e Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
Segundo o documento, se a revisão do Código Florestal brasileiro for aprovada em sua forma atual, o resultado pode ser perdas irreversíveis em nossa biodiversidade. No texto, os pesquisadores apontam que as propriedades privadas correspondem a 39% do território brasileiro e são essenciais para a conservação da biodiversidade florestal.
Mas os “interesses de curto prazo de poderosos grupos econômicos, influentes proprietários de terra e políticos, ao diluir o Código Florestal, ignoram o valor das florestas privadas para a conservação”, afirmam os pesquisadores.
Fernanda explica que a manifestação é um complemento a outra carta publicada na Science, feita por pesquisadores ligados ao Programa Biota - Fapesp. A carta intitulada de “Legislação brasileira: retrocesso em velocidade máxima?”, foi publicada no dia 16 de julho.
O documento, publicado anteriormente, argumentava que as novas regras do Código Florestal reduzirão a restauração obrigatória da vegetação nativa, ilegalmente desmatada desde 1965. Com isso, as emissões de dióxido de carbono aumentarão consideravelmente. Além disso, o estudo diz que o novo código florestal, poderá ocasionar a “extinção de mais de 100 mil espécies, uma perda massiva que invalidará qualquer comprometimento com a conservação da biodiversidade”.
Segundo Fernanda, o objetivo foi colocar em evidência a modificação do código, que ameaça reduzir as Áreas de Proteção Permanente (APP). “A Science abre espaço para que possamos reforçar comentários de edições anteriores. Quisemos fazer isso para enfatizar um pouco mais o problema diretamente ligado à redução das APPs, que está sendo levantado na proposta de reforma do Código Florestal”, afirma a docente da Unifap.
Efeito de borda
O documento também afirma que a reforma da legislação brasileira vai “efetivamente condenar remanescentes florestais e a rebrota em terras privadas no maior país tropical da Terra”. Fernanda diz que a carta reforça uma questão relacionada a um possível aumento do “efeito de borda” – um alteração na estrutura, na composição ou na abundância de espécies na parte marginal da floresta, que acaba tendo impactos sobre a fauna e flora de toda a região.
“O efeito de borda se manifesta à medida que a permeabilidade da matriz aumenta, e cria uma série de efeitos adversos para a flora e para a fauna. Mas, além disso, nossas pesquisas revelaram um outro dado importante que merecia ser destacado: quando a área de proteção é reduzida a menos de 50 metros de cada lado da APP, o resultado é um aumento considerável na mortalidade das árvores”, afirma.
Segundo o texto, os proprietários rurais que seguirem a nova legislação vão acabar fragmentando a paisagem e reduzindo o valor de suas propriedades, por conta da erosão do solo e da má regulação da captação de água nas bacias hidrográficas.
Mas nem tudo está perdido: “A comunidade científica e ambiental, as organizações não governamentais e o Ministério do Meio Ambiente ainda podem se conciliar com os defensores da reforma do Código Florestal”, destacam os autores.
“Para isso, será preciso melhorar a comunicação entre os segmentos da sociedade, desenvolvendo alternativas de gestão inteligente do uso do solo na matriz agropecuária existente e evitando, com isso, a expansão de novas fronteiras de desmatamento”, completam.
Com informações do Estadão