sábado, 28 de novembro de 2009

Lino Guedes batendo papo I

Ingo: Lino, enviei este material e gostaria que o lesse. Que tal?

Prezada Sra . Fatima e Sra. Cristina,

O projeto de produção de palmito da palmeira real cria condições de :

a)Gerar sustentabilidade pois em vez de mandar vidro vazio para a Amazonia e trazer água amazonica e um pouco de palmito por 6000 KM, devemos lutar para evitar que quase 90% do que Rio e São Paulo consomem seja produzido tão longe.

b)Gerar fixação de CO2 ,pois folhas e troncos irão permanecer no solo, pois matamos a palmeira real ao extrair 0,8kg de palmito.

c)Gerar água no subsolo, pois iremos introduzir 10.000 individuos em área de bananal com 600 pés.

Muitas áreas do Rio estão ficando até sem água no subsolo.

d)Criar condições de no entorno de Parques e APAs ter a agrissilvicultura contribuindo para a melhora do meio ambiente.

e)Criação de emprego e renda para os bananicultores

f)Criação de renda para os produtores de mudas das palmeiras reais (excluidos e preferenciamente mulheres com muitos filhos e sem uma estrutura familiar.

Teremos que produzir milhões de mudas.

Verificarmos com o Sesc de abrir a compra do palmito produzido NO RIO DE JANEIRO

Ai abrimos frentes de empregos para pequenos agricultores hoje sem recursos e sem tecnologia


Lino Guedes: tenho essa palmeira no sítio - veja aqui na foto, onde desenvolvemos o Projeto Plante Uma Árvore e sei de seu potencial econômico e concordo com os beneficios expostos no seu texto. No entanto, pergunto: não seria ainda melhor se plantássemos o palmito jussara com essa finalidade, ou ainda outras espécies da Mata Atlântica, haja vista que a palmeira real é oriunda da Austrália e pode não ser tão útil a nosso sistema ecológico?

Pergunto ainda se há barreiras legais que impeçam o plantio comercial das palmeiras da Mata Atlântica?

Ingo: Estamos, sim, reintroduzindo a palmeira Jussara, mas por ser nativa da Mata Atlantica, não é permitido seu corte. É especie vital nos projetos, mas para ficar na área de reserva legal da propriedade e ao longo dos cursos dágua.

Justamente por serem exóticas, a pupunha e a palmeira real são permitidas para o cultivo e a extração. Hoje são dezenas de mil hectares produzindo palmeira real em Sta Catrina e Paraná, para consumo lá e já estão exportando.

No Rio não há incentivo, visto que nem Secretaria de Agricultura nosso municipio possui, de tanta importancia que dão a esta área .

Faça pesquisa no Google sobre :

Archanthophoenix cunninghamiana e A. alexandae

Vai ver o que fazem lá no Sul

O cultivo de palmeira real evita a devastação das reservas de nativas como a Jussara.

Lino Guedes: Concordo e passo a entender que a proteção legal acaba por prejudicar a espécie. Ou seja, se a lei previsse a exploração racional da jussara, esta teria sua conservação garantida, pois haveria interesse comercial em seu plantio, o que deixa de ocorrer devido a essa proteção que vejo contraproducente. Pena.

Ingo: São coisas reais. Se você prova que plantou, por que não pode colher de forma racional???

É uma grande verdade. Por isto se o fazendeiro conseguiu ter uma grande área em pasto, pouquíssimos pensam em deixar virar floresta.

Aí, se cortarem, pagam multa ao IBAMA, que esquece que ele plantou.

Lamentavelmente esta é uma grande verdade, o mundo precisa de água e florestas, mas as leis não são adaptadas para quem faz existir uma floresta.

Em vários estados já existe o ICM ecologico, que financia os fazendeiros que hoje são pagos por produzir água e ar puro.

No Rio ainda estamos parados no tempo.

Mas nós temos muitas áreas aqui para reflorestar e fazer nossa parte.

Até terça.

Lino Guedes: Até terça, quando poderemos ter outro diálogo que poderá ser compartilhado aqui no projetoplanteumarvore.blogspot.com

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