sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estamos todos ficando vegetarianos

Estamos vivendo outros tempos, tempos de mudanças, tempos de crise de paradigma e uma das evidências destas transformações é a modificação na percepção do ser humano sobre a natureza e sobre os animais.

Como eu sou vegetariana há mais de 20 anos percebi que alguma coisa estava acontecendo ao perceber que muitos estavam tornando-se vegetarianos. Como sou também psicóloga e socióloga resolvi acompanhar isto de perto e comecei uma pesquisa que está em fase de análise para saber mais dados sobre os vegetarianos. Como eu queria também que todos tivessem acesso a estes dados criei um cadastro de vegetarianos, o Cadastro-Veg, que é um projeto que está sendo bem recebido pelos vegetarianos. A partir da pesquisa e da minha participação em grupos de vegetarianos fica muito evidente que há hoje em dia muitas pessoas que não querem mais que os animais sejam objeto de consumo, já que é esta a principal motivação que têm levado não somente jovens, mas também pessoas mais velhas, a mudarem de hábitos. A grande maioria dos vegetarianos respeita e gosta de animais e não os quer na mesa, nem no vestuário, nem em cosméticos ou em nada que signifique seu sacrifício e muitos deles são ativistas como eu, contra a exploração animal. A maioria dos registrados compreendeu e participa de forma exemplar da proposta e têm colocado o nome completo e até dados mais pessoais para mostrar que são pessoas reais e não alguém inventado. Com isto estão erguendo uma bandeira em prol da libertação dos animais e ratificam esta tendência com palavras libertárias ou manifestações de amor aos animais em seu perfil.
Ainda assim o Cadastro está só começando e há muito para elaborar, desenvolver e melhorar. Como eu tenho visto cada vez mais adeptos do vegetarianismo e também pessoas querendo ser vegetarianas e nem sempre conseguindo, criei uma nova classificação que é o “aliado” e as categorias “em transição para” (vegano ou vegetariano). Todas as categorias mostram que há um movimento na direção do veganismo ou libertação dos animais e é isto que eu queria saber e também mostrar. Pode até se pensar que se o mundo fosse mais vegano (com possibilidades de opção de produtos sem nada de origem animal), muitos já teriam aderido a esta filosofia. Depois foi criando uma rede social para aqueles que também queriam interagir: a Rede Social do Cadastro-Veg que permite interação, numa espécie de Orkut vegetariano.
Agora vêm as fases seguintes que é aprimorar, traduzir para o inglês e implementar a rede e mostrar esta realidade para todos. Faz parte de o projeto possibilitar que o comércio, serviços e mesmo os políticos saibam que há hoje uma grande mudança cultural que JÁ está afetando muitas áreas da sociedade. E o Cadastro-Veg é prova da mudança de paradigma da qual somos porta-vozes: a idéia de que devemos ampliar a noção de respeito e dignidade aos animais. E este é o significado do Cadastro dos Vegetarianos, mapear e incentivar esta transformação.Fica aqui o meu convite para que outros participem deste projeto, mesmo como aliados, dando mais cor e significado a esta idéia. Participem e divulguem o cadastro e esta proposta.

Eliane Carmanim Lima, idealizadora do Cadastro-Veg.

Veja outros detalhes também aqui.

Um comentário:

gilbertocidadania disse...

Sou formado em C. Contábeis (anos 70) e Direito (anos 80), portanto meu entendimento é restrito, porém razoável. Tendo lido várias publicações sobre regimes alimentares, preferí àquelas que contemplavam o ramo científico como um todo. Indispensável a leitura do livro "Alimentação Dissociada", por suas razões científicas e experimentações práticas. Um médico militar observou que durante seus 9 anos numa localidade próximo ao Himalaia, nenhum nativo apresentou qualquer doença ou disturbio digestivo. Ele verificou que aquelas pessoas comiam de modo comedido e de acordo com suas atividades físicas e, NUNCA misturavam proteinas com carboidratos concentrados (arroz, farinhas,....). Não haviam gordos ou magros, estando cada qual, de acordo com a equação peso x altura.
Como explicação lógica ele enfatiza que, assim como um quarto não pode ser claro e escuro ao mesmo tempo, também os alimentos não podem ser digeridos e etc, num mesmo estômago, por ser impossível que ele se apresente ácido e alcalino. Se a proteina requer ambiente ácido e o arroz, alcalino, cada qual deve ser engerido de uma vez, separadamente. Até porque a acidez é prevalente e a digestão mais demortada enquanto a alcalinidade é sobrepujada, fazendo com que o arroz, farinha... vá para o intestino SEM QUE SE PROCESSE A DIGESTÃO, ADEQUADAMENTE.
Outro fator importante. Se somos 20% concentrado e 80% básico (água)cada refeição deve obedecer à sua finalidade: Proteina, se transforma em nós (nossa carne, assos,..) e o H. carbono em nossa energia. Daí porque, se deve preparar todo e qualquer prato, mantendo-se a razão exigida pelo corpo, de 20% ou 80%, respectivamente concentrado e não concentrado. É óbvio que a não ingestão de proteinas animais, infere a obrigatoriedade de ingestão por legumes, hortaliças, queijo (o mínimo possível), castanhas, nozes etc que contenham proteinas.
A proteína é o material de construção do corpo e os carboidratos a energia.
Outro Livro interessante é a de Judy Mazel, pela extraordinária lição sobre as enzimas digestivas, aplicaçções e efeitos.
No entanto, o mais importante de tudo e, para nossa tristeza, é que o setor de alimentação é neoliberal, corrompendo tudo e todos, ao ponto de endeusar molhos concentrados, farinhas refinadas, e todos os absurdos possíveis. O que mais se vê, vergonhosamente, é o receituário de alimentos para curar isto ou aquilo, como o caso de um certo iogurte milagroso que, INGERIDO DURANTE 15 DIAS, AFUGENTA-SE A PRISÃO DE VENTRE, como se uma alimentação inteligente desse causa ao problema, além da ilegalidade do receituário genérico para milhões de telespectadores lesados.